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domingo, 27 de julho de 2014

CASAMENTOS ABERTOS

Por Nicéas Romeo Zanchett 
                      O casamento aberto é fundamentado na ideia de que um homem e uma mulher, mesmo casados, podem ir para a cama com quem quiser. Este tipo de relacionamento exige uma boa dose de segurança, aventura e atração pelo imprevisível. 
                      Muitos homens se excitam somente com a ideia de sua esposa ser possuída por outro, mas se existe amor é sempre muito arriscado para as duas partes. É um jogo muito perigoso e quando um dos dois parceiros está apaixonado se torna impossível. 
                       Durante as décadas de 1960 e 1970, na Inglaterra, Estados Unidos e em outros países do primeiro mundo, esta prática era muito comum. Como resultado houve grande aumento no numero de divórcios. As principais rasões foram o ciúme e o despertar da paixão por um novo parceiro ou parceira. 
                       O ciúme nada mais é do que inveja. Muitos homens sentem ciúme da pessoa amada porque para amá-la necessitam que seja possuída por outro. São pessoas cujo erotismo só se alimenta do ciúme. Imaginar sua parceira nos braços de outra pessoa os faz sofrer, mas, ao mesmo tempo, aumenta seu desejo e prazer. 
                       Na mulher o ciúme está ligado ao desejo do seu homem. Quando ela intui, pelos gestos, pelo calor do abraço, pela intensidade do ato erótico, que o desejo do seu parceiro não é mais o mesmo, começa, em silêncio, ser ciumenta. No íntimo, ela imagina que seu homem tenha desejo erótico constante, imutável e isto não existe. Ao sentir que este desejo diminui, então, instintivamente, pensa que ele se dirigiu para outra. Nesse momento ela se sente em perigo e é tomada pelo pânico. Pensa logo em reverter a situação, sendo capaz de lutar com verdadeira selvageria. Fica disposta a tudo, solta os freios do seu erotismo e, sem pudor, renuncia até mesmo sua dignidade. Tudo a fim de recuperar integralmente seu parceiro. 
                     Existem pessoas que coexistem com o ciúme. São ciumentas e sofrem muito, mas conseguem suportar o sofrimento. Brigam, lamentam-se, porém o interesse pelo seu objeto de amor permanece intacto.  Outras não suportam o ciúme de maneira alguma e quando são atingidas por ele pensam logo em abandonar quem as está fazendo sofrer, e o fazem com a mais absoluta determinação.
                    Não importa quão civilizado alguém possa se considerar, deixando que seu parceiro faça sexo com outra pessoa, é provável que chegue a hora em que se ressentirá por isso.
                    No caso dos maridos, o "ciúme no casamento aberto" com frequência toma a forma tradicional masculina de inveja do outro homem. Geralmente não tem coragem de perguntar à companheira e fica imaginando um amontoado de coisas resultantes de seus fantasmas secretos. As perguntas sem resposta que sempre povoam seu imaginário, em sua maioria, são relacionadas aos atributos físicos do outro, entre eles o tamanho do pênis que, de modo geral, é uma obsessão masculina. Quando a resposta imaginada é desfavorável a qualquer uma das perguntas, um fantasma se instala no cérebro e pode levá-lo ao desespero. 
                    A maioria dos casais que se propõem a um casamento aberto se esquece de que há a possibilidade de um dos dois se apaixonar por outra pessoa. É muito mais fácil nos apaixonarmos por alguém com quem fizemos sexo, principalmente quando foi bom. 
                    Especialmente para as mulheres, a relação sexual costuma exercer forte efeito de "ligação" em um relacionamento. É uma questão ancestral e uma forma que a natureza tem para mantê-la ligada a um parceiro. 
                    Muitos casais liberais buscam resolver seus problemas sexuais com a troca de parceiros. Costuma-se dizer "troca de esposas", mas o termo está errado porque há também a "troca de maridos". Embora este seja um dos assuntos mais comuns na fantasia de homens e mulheres, bem poucas mulheres aceitam realmente este tipo de relacionamento. É preciso ter em mente que esta troca envolve grande risco emocional que pode por fim ao relacionamento. 
Até mesmo dentro dos "swings" existe um ranço de machismo. Pode-se observar  que as mulheres são objetos de negociação na troca de casais. Os maridos discutem, antes do ato, até onde cada um pode chegar; é muito comum que não se permita, por exemplo, o beijo na boca. Isto nos leva a concluir que é realmente o homem quem define as regras e o encontro, geralmente baseado na foto que recebeu. A outra conclusão que esta atitude machista nos leva é de que o corpo do homem não tem a menor importância para a mulher que vai transar com ele, o que, evidentemente, não é verdade.    
                    O sexo a três é talvez a mais comum das fantasias masculinas. Mas na pratica,um homem com duas mulheres está sempre em desvantagem. Não é nada fácil para ele satisfazer as duas ao mesmo tempo. Muitos tem grande dificuldade em satisfazer apenas uma, imaginem duas. Quando as mulheres tem tendências lésbicas ou bissexuais, que é mais comum do que se imagina, fica tudo mais fácil para elas, mas surge o ciúme no homem se elas demonstram mais interesse entre si e deixam de lado o parceiro que acaba virando apenas um espectador. 
                    Quando se fala em sexo a três é bom lembrar que existem mulheres que tem a fantasia de serem possuídas por dois homens ao mesmo tempo. É a chamada dupla penetração que na prática é possível, mas a maioria delas acaba não gostando. Além disso, depois do ato, fica o arrependimento habitando a memória, e isto não é nada psicologicamente saudável. 
                    Para concluir poemos ver que o mundo erótico do ser humano é muito complexo e que cada um busca realizar suas fantasias à sua maneira. Por essa razão é difícil haver uma perfeita coincidência entre os interesses e desejos de cada um dos parceiros. Muitos re arriscam, aceitam e até fingem sentir prazer apenas para agradar à pessoa amada. Mas é bem provável que as lembranças o atormentarão por muito tempo. Portanto, muito cuidado. Com amor e sexo não se brinca. 
Nicéas Romeo Zanchett 

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