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terça-feira, 16 de novembro de 2021

EDUCAÇÃO SEXUAL DAS CRIANÇAS

 


         Desde a primeira infância, as crianças devem receber educação dos pais acerca do sexo. Estes devem, dentro do possível: 

           1/ Responder com naturalidade todas as perguntas sobre sexo, no nível de entendimento da criança. Por exemplo: que o espermatozoide pode ser chamado de sementinha. 

              2/ Fazer a criança adquirir o "status" do seu sexo,isto é, fazer o menino se interessar por aquilo que os homens gostam e a menina por cozinha, costura, moda, mas nos nossos dias também é importante, considerando naturalmente a idade, falar de assuntos da atualidade até mesmo de economia financeira familiar, casamento, divórcio, etc. 

            3/ Explicar como crescem os órgãos genitais e como ocorrem as modificações do organismo (surgimento de pelos, mudanças de voz, etc.) na puberdade (11-13 anos nas meninas e 12-14 nos meninos). 

            4/ Explicar, respeitando a capacidade de compreensão da criança, as funções do homem e da mulher na procriação. Aos 8 anos as crianças perguntam com frequência sobre esse assunto. 

             5/ Não punir a criança por masturbar-se, o que fazem em média 80% dos meninos e 20% das meninas de 13 a 15 anos. Muito menos castigar a criança de 3  a 5 anos, quando descobre e manipula os órgãos genitais. Ela simplesmente está, pouco-a-pouco, conhecendo o próprio corpo.

          6/ Supervisionar a vida da criança no grupo de amigos, a fim de que não receba influências maléficas e até aprendizado sobre o sexo de forma errada. 

           7/ Verificar se o menino precisa de assistência médica (tratamento de infecções nos órgãos genitais); eles costumam esconde isso dos pais, mas é importante ficar atento observando sua mudança de comportamento. 

           8/ Evitar conversas sobre vida imoral de outras pessoas e também, na medida do possível, que eles tenham acesso a revistas e fotos de pornografia.  Se acontecer, é importante conversar sobre o assunto, pois se isso não for feito ele irá buscar a informação com os amigos que também nada sabem e irão dar opinião errada. 

            9/ As mães devem orientar suas filhas a partir de 9 anos, dizendo -lhes como entrarão na adolescência e como acontecerá as mudanças no seu copro e, inclusive, sobre a menstruação. Assim, quando chegar o momento elas estarão preparadas. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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domingo, 14 de novembro de 2021

A VIDA AFETIVA DAS CRIANÇAS

 


             Os psicanalistas foram os psicólogos que maior importância deram ao aspecto afetivo do comportamento humano. A posição de Freud, focando o desenvolvimento individual, revela para ele o ser humano, ao invés  de ser racional, era mais um ser emotivo. 

           Os pais e professores sabem muito bem como o desprazer e a tristeza, a raiva e o medo, a angústia e o ciúme dos seus filhos ou alunos lhes causam preocupações e ansiedades. Boa parte de seus esforços existem  em vista de reações prazerosas e alegres das crianças  e adolescentes. Para controlar a vida emocional daqueles  que dirigimos, é necessário sabermos porque e como se estabelecem os sentimentos e emoções. 

            Como diz Sherman, mesmo aos 6 anos a criança "não exibe uma conduta de forma suficientemente típica para ser definida como uma emoção concreta, senão que exibe melhor respostas  gerais e inadequadas nas quais só se advinha uma vaga tendência  adaptativa". As reações humanas não podem ser rotuladas até que as experiências infantis determinem os modos típicos de reação. Isto é, os padrões reativos emocionais são aprendidos e não mera transformação dos impulsos primários, como espanto, choro, gritos, espasmos... A seguir temos uma síntese de dados; uma adaptação parcial dos dados de Geisell. 
              a/ O Medo é provocado em crianças de alguns meses por ruídos fortes, estímulos dolorosos e súbita falta de apoio. A criança prende a respiração e procura agarrar-se a qualquer objeto. São observadas, como reações fisiológicas, a constrição vascular periférica, queda de ritmo das batidas cardíacas e aumento do peristaltismo intestinal. (movimentos involuntários dos intestinos e esôfago).  
            À medida que a criança se desenvolve, o medo começas a revelar insegurança e incompetência. Quanto mais insegura, menos competente para solver os problemas e se adaptar às situações. O temor do fracasso eminente  a leva ao descontrole. 
       Lentamente, o medo vai sendo uma reação mais limitada a certas situações específicas e surgem reações de prudência, de cuidado e de aflição. Segundo a pesquisa  de F. B. Holmes, as crianças desde cedo adquirem a habilidade de controlar certos medos ante situações não de todos perigosas. Isto revela que felizmente elas conseguem superar as barreiras levantadas pela má educação dos adultos (medo do escuro, de ficar sozinha, de barulho, de duendes, etc.)
           b/ Numa criança de alguns meses, a cólera pode ser provocada pela coibição dos seus movimentos; ela prende a respiração, chora ou grita e enrijece os músculos. Quando frustrada, ela tende a destruir os objetos que se encontram à sua frente. Como o medo, a cólera se ramifica em emoções e sentimentos, e os mais notados são o  o ódio, o ciúme, o desprezo, o ressentimento e a vingança. 
             A distinção entre a cólera e o medo, que apresentam alterações fisiológicas semelhantes, está no fato de que o medo consiste numa incapacidade para a ação, com a criança "voltando-se para dentro de si mesma"; e no acesso de cólera, ou de raiva, ela se lança contra o ambiente, sem se sentir insegura. Embora provocada por frustrações durante o processo de ajustamento, a cólera  pode decorrer de causas internas: frustrações inconscientes, deficiências intelectuais, fadiga, sono, fome, doenças e aborrecimentos em geral. 
             Há também a considerar os sentimentos, e posteriormente as emoções de cólera, por motivos sociais. A pessoa pode não estar diretamente envolvida num acontecimento, mas pode participar por similaridade de opinião. Ela é levada a participar de um comício, a apedrejar sedes de partidos políticos, etc. De qualquer forma, não emerge tal emoção de uma causa apenas e não se revela  em adolescentes e adultos tal como a presenciamos nas crianças até os 3 anos. E é evidente que, do ponto de vista social, a raiva é um mecanismo que cria mais problemas à pessoa do que soluções para ajustamento. 
             c/ O prazer emerge quando da satisfação das necessidades orgânicas do bebê, ou pela presença de familiares. A agitação dos membros e o sorriso são algumas das características observadas. O organismo depois se relaxa e este relaxamento cinestésico leva a criança ao sono. No pré-escolar, além do prazer ser produto da satisfação das necessidades fisiológicas. é também das chamadas psicogênicas. Portanto, tal como o alimento, a aprovação social pode produzir as reações que vulgarmente denominamos alegres. 
                O prazer se ramifica em vários sentimentos e emoções, entre os quais são bem notados o amor, o júbilo e a afeição. A afeição e o amor podem surgir não devido exclusivamente às causas responsáveis pelo prazer. A afeição de crianças são reações prazerosas  associadas a brinquedos, animais e pessoas. Na adolescência, as pessoas estão em primeiro lugar como estímulos causadores de afeição; na infância, os brinquedos e animais. 
              As expressões emocionais na infância se manifestam de diversas formas, de acordo com a idade. 
              a/ Aos 2 anos já há um certo equilíbrio emocional. a Criança é tranquila, pelo menos mais calma em relação ao ano anterior. É tímida e colabora muito pouco  no jogo. Demonstra afeto pela mãe, principalmente na hora de dormir. Pode cuidar afetuosamente dos seus brinquedos. Tem ideia de posse de coisas, mas não sente ciúme das demais crianças. 
             b/ Aos 3 anos, a criança já é bem equilibrada. Feliz e satisfeita, se entretém tranquilamente. Tem domínio de si mesma, tanto emocional como fisicamente. É afável, serviçal e acessível. Pode demonstrar ciúme dos irmãos mais novos. Goza com os jogos de palavras e quando percebe algo errado que o adulto diz, sente-se alegre. 
            c/ Aos 4 anos o menino é tanto polemista quanto brigador. Nesta fase, tanto os meninos como as meninas mostram-se egoístas, rudes, impacientes com os irmãos menores. Expressam afeto pela mãe na hora de dormir (um beijo e um abraço"bem forte"). A criança de 4 anos pode sentir ciúme do pai e da mãe ao mesmo tempo. Sente-se orgulhosa dos seus próprios trabalhos e criações. Quando joga, ri sem reserva. Sente-se alegre quando houve ou faz rimas e jogos de palavras. Agrada-lhe chamar os outros pelo apelido ou trocando o nome. Insulta, profere algumas palavras obscenas e ameaça crianças de adultos. 
             d/ Aos 5 anos torna-se uma criança séria e acomodada. Afável, compreensiva, afetuosa, mais realista. É serviçal, orgulha-se do seu aspecto e de suas roupas bonitas. É curiosa e anseia por informações. Diz à mãe que gosta de ouvir histórias. Fica excitada quando lhe falam do futuro. Sabe o que quer e se atém ao que deseja. Costuma insultar outras crianças. 
             e/ Aos 6 anos torna-se sumariamente emocional. Acentuando desequilíbrio nas relações com outras crianças. Fica excitada quando a criticam. É expansiva. Ama e odeia a mãe. É brincalhona e se considera "sabichona".Gosta de elogio e da apreciação que fazem ao seu trabalho ou às suas "artes". Sofre acessos de cólera. Cai em pranto facilmente. Irritável, rebelde,dominadora, excitável, ri sem motivo. É conformista. Como é dominadora, acusa e critica os demais. Em certas horas, é carinhosa,  angelical, generosa, boa companheira para o adulto. Tem ciúme dos seus brinquedos e de outras crianças. Muitas vezes emprega linguagem agressiva; insulta, ameaça, contradiz, discute, emprega alguns termos obscenos. 
             f/ Aos 7 anos torna-se retraída e distraída, principalmente no lar. Apresenta ainda certo negativismo e uma certa insegurança para enfrentar os problemas diários. Começa a tomar atitudes de desafio, mormente em relação à mãe, quando ameaçada. Devido ao desenvolvimento mental (maior capacidade de inibir as próprias reações), começa a meditar sobre o que lhe acontece. Busca a perfeição e mostra-se encolerizada quando erra ou é perturbada pelos irmãos menores. Revela vergonha dos seus erros. É escrupulosa e menos egoísta. Começa a sentir e analisar as influências externas sobre seu comportamento. Já aparecem os devaneios nas horas de cansaço e insatisfação. 
            g/ Aos 8 anos se torna menos sensível, menos retraída  e voltada mais aos outros. Prefere os empreendimentos difíceis, mas revela impaciência consigo mesma. Continua se opondo às ordens da mãe. Chora menos por motivos internos que por razões sociais. parece mais interessada em discutir e tem melhor senso crítico. Ri sem preocupação com o que pensam os demais. Costuma ser serviçal na escola, gosta de competir com os colegas e pode chorar quando perde uma disputa. Quando há compreensão no lar, a criança de 8 anos é bondosa, companheira e empreendedora. 
           h/ Aos 9 anos já assume responsabilidades. É obediente. Costuma ficar apreensiva quanto aos seus possíveis tropeços na escola. Sua impaciência e os ataques de cólera são de curta duração. Tem vergonha de certos atos passados. Começa a julgar seus familiares. Sente-se orgulhosa em cuidar de suas próprias coisa. Reage emocionalmente ante todas as histórias que lhe contam.Torna-se muito sensível às críticas, deseja sempre agradar os mais velhos. 
              i/ Aos 10 anos torna-se simpática, feliz, tranquila, despreocupada, generosa e fraca. Sobretudo equilibrada, a criança nesta idade  deixa os pais preocupados, com medo que nos anos vindouros não seja mais assim. Gosta da vida. Tem mais ação que pensamentos. Revela pouco temor das coisas do mundo. Tem ataques de ira. Não aceita injustiças e manifesta suas opiniões. Esses ataques, todavia, são de curta duração. Nas expressões de alegria, revela a mesma eficiência. gosta do lar e quer receber os presentes que os amigos ganham dos pais. Diminui o desejo de competir. Gosta de piadas, mas não sabe contá-las muito bem. Tem um repertório de reações emocionais desejáveis para a prática de esportes em conjunto. 

Nicéas Romeo Zanchett 
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sábado, 13 de novembro de 2021

A VIDA SEXUAL NA ADOLESCÊNCIA

 



               Na fase da puberdade, necessidades e impulsos são parecidos com os da primeira e segunda infância. A excitação interna provocada por hormônios sexuais, fome, atividade intestinal, etc. leva o adolescente a se utilizar  daquelas reações comuns nos primeiros anos, que são as conexões nervosas mais fortes. Como nos primeiros anos, na puberdade é grande a estimulação do sistema  nervoso autônomo e o adolescente não adquiriu hábitos  que permitam uma segura orientação do seu comportamento. Assim é que temos no púbere a revivência das fases oral, anal e fálica. (Os psicólogos moderno não tentam formular estágios de desenvolvimento em virtude de inúmeros fatores, mas ao descreverem o desenvolvimento concentram-se nas áreas de necessidades orgânicas e comportamento observadas por Freud.) Por exemplo, o uso da boca: fumar, assoviar, tocar instrumento musical, beber muito, beijar, mascar goma.

          Nessa revivência de fases infantis, um estágio interessante é o do negativismo. As mesmas reações de 2 a 3 anos retornam com nova roupagem: o púbere já dispõe de maior autonomia e vocabulário mais extenso.  Sabe o que quer e como protestar. também  o monólogo está presente nesta fase. Em suma, ele se parece  com a criança que foi e, como tal, necessita de compreensão, ajuda e pouca interferência por parte de pais e irmãos mais velhos. 
            Por volta de 13 a 14 anos, como no período de 3 a 5, os impulsos afetivos se dirigem às pessoas do sexo oposto. O adolescente atinge a chamada fase genital, em que os interesses hétero-sexuais o fazem aproximar-se de quem poderá satisfazer suas necessidades, poderá reduzir a estimulação sexual constante. 
          Como na fase edipiana, nesta levantam-se obstáculos; o adolescente não pode ter vida sexual normal por causa  das barreiras erguidas pela sociedade. Até que, identificando-se com professores, líderes e ídolos em geral o rapaz ou a garota aceita - dado que não há outra saída - sublimar seus impulsos e desejos através de atividades artísticas, científicas e esportivas. Onde não há muitas possibilidades para vários tipos de sublimações é de esperar jovens mais frustrados, infelizes, tristes e improdutivos, quando não rebeldes. Não raro muitos púberes então procuram em si o prazer que não lhes pode oferecer o meio social e dedicam-se à prática da masturbação compensatória que é também um aprendizado que lhe permitirá conhecer o próprio corpo. É importante que os pais e educadores saibam que a masturbação é um ato normal e muito saudável. Errado seria evitar a masturbação e buscar o prazer nas drogas. 
           Os caracteres primários do sexo dizem respeito aos órgãos reprodutores do homem e da mulher. Os órgãos masculinos são os testículos, constituídos de canais seminíferos, onde se encontram células germinativas em diferentes estágios de evolução (espermatozoides). Entre os canais seminíferos encontram-se as células endócrinas intersticiais, ou células de Leydig. Os espermatozoides secretados pelos testículos chegam ao meio exterior pelo epidídimo,canal deferente, e uretra, depois de serem envolvidos pelo líquido expelido pela vesícula seminal e próstata. Ao conjunto de líquido e espermatozoides denominamos esperma. Já na ejaculação seminal mois ou menos 200 milhões  de espermatozoides são expelidos. 
           Quanto às células intersticiais dosa testículos, elas produzem os hormônios androsterona e testosterona, que caindo no sangue vão desenvolver os órgãos sexuais, determinar os caracteres secundários masculinos e respondem pelos impulsos de caráter sexual. Estas células dependem da ação dos hormônios gonadotróficos, secretados pela hipófise. 
           Na mulher as glândulas reprodutivas são os ovários, localizados cada um ao lado superior do útero. Os ovários  produzem óvulos, que são as células reprodutores da mulher.  Mensalmente um óvulo amadurece, regra geral, num ou noutro ovário. Ele é sugado pela Trompa de Falópio  e chega ao útero. É na trompa que se dá a fecundação do óvulo pelo espermatozoide. Não havendo as fertilização, o óvulo é expelido juntamente com o líquido menstrual. 
            Os hormônios femininos começam a ser produzidos  após a ação da hipófise, que lança na circulação os gonadotróficos, os quais estimulam as glândulas reprodutoras. Durante a ovulação, um grupo de células forma uma cavidade cheia de líquido, que recebe o nome de folículo de Graaf. Uma vez expulso o óvulo maduro, o local é ocupado por líquido amarelo, recebendo então o nome de corpo amarelo. O folículo produz o hormônio estrogênio, que desenvolve os órgãos sexuais femininos, responde pelos caracteres e impulsos sexuais. O corpo amarelo produz o progesterona, que prepara a mucosa uterina a fim de receber o ovo, o "ovulo fertilizando", e prender o embrião. 
            Os caracteres secundários dependem da ação hormonal de várias glândulas. A hipófise produz o lactogênio (estimula as glândulas mamárias durante os últimos dias da gravidez), o luteinizante (que provoca a ovulação e age sobre o corpo amarelo) e a oxitocina (que estimula as contrações uterinas durante o parto). O córtex das supra-renais produz corticosterona, com ação semelhante à do hormônio masculino. 
            Os caracteres sexuais são variáveis de acordo com a etnia e estão sujeitos às influências ambientais. Para o homem ocidental, todavia, o mais importante é o sistema piloso. 
         Os interesses e estímulos sexuais de meninos dos 11 aos 14 anos, segundo Ramsey, citado por Hurlok e Elizabeth em "Adolescente Development" são conversas sobre sexo; nudez feminina; gravuras obscenas; cinema; devaneios; teatro burlesco; nu artístico; movimento, quando cavalgando; literatura; o próprio corpo; nudez masculina; dança; música. 
          Aos 11 anos de idade, inicia-se o crescimento dos órgãos genitais dos meninos e pode assustar o púbere. Nesta idade os meninos estão interessados em ser homens no traje, hábitos e vícios. Indagam-se sobre problemas sexuais. Não se preocupam com meninas. 
              Aos 12 anos há muitas diferenças individuais; inicia-se numa parte a puberdade. Meninos trocam ideias sobre sexo e contam histórias chistosas. Preocupam-se com o papel sexual do homem e da mulher. É a fase intensa de masturbação. 
          Aos 13 anos, em alguns meninos, a primeira ejaculação se faz presente em alguns momentos. Aumenta gradativamente a frequência da masturbação. (é frequente em 80% dos meninos, enquanto apenas 20% de meninas se masturbam) Essa estatística é da sociedade americana. Nessa idade  muitos meninos procuram informações em livros e outros meios como a internet. Querem conhecer o corpo das meninas. 
               Aos 14 anos acontece a transição entre a meninice e a idade adulta. Estão preocupados em apresentar um corpo elegante; pensam que a acne é devido à masturbação; penteiam-se várias vezes ao dia. Estão menos interessados nas meninas do que elas neles. São ainda narcisistas. Ao serem encarados pelos adultos, baixam o semblante. Pensam que a masturbação faz mal e é "pecado". 
           Aos 15 anos predominam os interesses sociais. Ocupam-se em namorar. Aumenta a masturbação. Querem chamar a atenção das meninas. Deixam os cabelos longos de mais ou os raspam e  até colorem. Praticam esportes desejando vencer para conquistar garotas. Vestem-se bem e procuram pentear-se como os artistas em evidência. 
                Aos 16 anos os namoros são frequentes. Muitos já experimentaram  algum tipo de contato físico com as meninas. Querem conhecer assuntos ligados à vida sexual das mulheres com as quais mantiveram contatos amorosos. Fumam, bebem e procuram amigos famosos entre os jovens. Deixam-se influenciar pelas ideias correntes. A vida é o presente. O sexo ocupa  papel de destaque nesta etapa. É uma época perigosa porque estão buscando informações sobre a sexualidade e podem obtê-las de forma errada.  É neste momento que pais e educadores devem estar preparados para orientá-los da maneira correta. 
        Os interesse e estímulos eróticos para rapazes de 15 a 18 anos são: Nudez feminina, devaneios; gravuras obscenas; cinema; conversas sobre sexo; teatro burlesco; dança; nu artístico;/ movimento, quando cavalgando; o próprio corpo; literatura; nudismo masculino; música. 
              Os interesses sexuais das meninas diferem dos garotos. 
              Aos 10 anos de idade muitas meninas já experimentou algum tipo de jogo sexual; poucas tem informações sobre a  menarca (primeira menstruação); tem noção superficial sobre o casamento. 
             Aos 11 anos a maioria compreende melhor a menstruação e o papel da mulher na reprodução; a preocupação diz respeito ao crescimento das glândulas mamárias; sentem desejo de mostrar às colegas que são adultas. 
            Aos 12 anos são mais reservadas e tem preocupação e medo a respeito da menstruação; dedo acerca do papel que desempenharão na reprodução. Aumenta os interesses por conversas sobre sexo. 
               Aos 13 anos quase todas experimentaram os efeitos da menarca (primeira menstruação); se sentem confusas durante a menstruação e tem ideias erradas a seu respeito. 
          Aos 14 anos sentem interesses pelos meninos; muitas tem sonhos eróticos, fantasias e paixões por ídolos dos esportes, cinema, televisão, etc. ; desejam ser instruídas sobe o namoro. 
                Aos 15 anos sentem interesses pela moral. Gostam de namorar, dançar e sair em companhia de amigos. Se preocupam com a forma do corpo; gostam de usar sapatos com saltos altos com, tingem os cabelos, procuram seguir a moda  na vestimenta e usam pintura do rosto. 
             Aos 16 anos já estão bem amadurecidas e compreendem o sentido dos impulsos sexuais. Conhecem o papel que deverão desempenhar como mães. escolhem com mais cuidado as companhias masculinas. É uma fase muito difícil e perigosa. Os pais e educadores devem estar atentos e orientá-los sempre que houver uma oportunidade.

Nicéas Romeo Zanchett 
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O PENSAMENTO DE FREUD SOBRE O DESENVOLVIMENTO SEXUAL

 


         Segundo a concepção de Freud, ao nascer o ser humano traz impulsos inconscientes em busca do prazer. Os impulsos naturais  foram por ele chamados de "id" (das Es)  e são todos manifestações de uma tendência inata. Sua causa é a "libido", energia sexual que se encontra inicialmente na boca.
           Todo prazer é procurado com a estimulação da região oral. No 2º ano, a libido se concentra na região anal. É o período das excreções sólidas. No 3º ano, ela se concentra na região fálica. A criança de qualquer sexo, nesta etapa, manipula os órgão genitais em busca do prazer. Durante todas essas fases (que é um período narcisista), o objeto do prazer é o próprio corpo da criança. A partir dessa etapa, e principalmente por volta dos 5  anos, o menino tem uma grande predileção pela mãe e a menina pelo pai. A impossibilidade desse amos (complexo de Édipo) levo o menino a se identificar com o pai e a menina com a mãe. Dos 6 anos até a puberdade, existe a chamada faze de latência. Os desejos e impulsos afetivos (sexuais) são recalcados no inconsciente. 
         As distinções sexuais entre homem e mulher são explicadas por Freud através do complexo de Édipo e do de castração. 
           A menina descobre, no curso da 1{ infância, que não dispões de um órgão sexual igual ao do menino. Esta descoberta causa-lhe um trauma, um choque, e ela passa a invejar o menino. É essa inveja que, segundo Freud, fará a mulher adulta ciumenta e vaidosa (inconscientemente procura compensar a suposta inferioridade com a beleza). Freud afirma que este é o motivo que leva a menina a agarrar-se ao pai na 2{ infância, a desejar criança em casa e, quando adulta, a ansiar por um filho. É nesse particular que a mulher pode chegar à plena realização de sua feminilidade, superando o complexo de castração. Caso contrário, neurose. E com a neurose, um complexo oposto, um complexo viril, que pode levá-la ao lesbianismo ou ter desenvolvidos interesses e traços de personalidade masculina. Mas hoje, com vários estudos à esse respeito, muitos especialistas contestam esta afirmação de Freud. 
            O outro complexo, o de Édipo, também está relacionado à inveja do órgão sexual masculino. Ao sentir-se "castrada", a menina espera uma igualdade masculina pelo amor paterno. A rivalidade com a mãe se desenvolve no plano inconsciente até o estágio da identificação, embora jamais a mulher deixe de estar ligada afetivamente  ao pai, e muitas mulheres chegam até a escolher um marido parecido com o pai que "habita" em seu inconsciente. 
         Já o menino, sabendo existirem pessoas sem órgãos sexuais como os seus, tem medo que o pai o castre. Por isso recalca o complexo de Édipo. Porém, o desejo de ter a mãe a acariciá-lo continuará no seu inconsciente. Alguns homens não se casam por esse motivo e outros há que elegem uma esposa que é a cópia fiel da mulher protetora que foi sua mãe na infância. 
           Na menina, a excitação do clitóris será um meio  de compensar a ausência de órgão semelhante ao do menino e a masturbação consistirá na estimulação dessa parte do aparelho genital. Mais tarde, o prazer será encontrado nas relações sexuais normais. Se não for possível essa transferência, sintomas neuróticos histéricos aparecerão. As sublimações surgirão com todo seu vigor,e a mulher gastará sua energia sexual sobretudo em atividades sociais e culturais, competindo com o homem. 
            É preciso lembrar que Freud descreveu a mulher de uma classe social de Viena antes da primeira guerra mundial, mulher essa com inúmeros recalques, é útil sua teoria para explicar as diferenças sexuais entre homem e mulher quando as condições sociais formarem mulheres com características semelhantes às da burguesia vienense dos anos próximos a 1900. Com  diz Willy em Sexo e Vida, Freud valeu-se de uma amostragem muito diferente da que teria se tivesse em seu consultório operárias de Chicago ou Estocolmo. Isto deixa patente que a posição de Freud em boa parte decorria da infância que o naturalismo naquela época exercia em todos os pensadores. Outra questão é relativa à criação da "Pílula anticoncepcional" nos anos 60 que mexeram profundamente com os hormônios femininos e resultaram em profundas mudanças nos filhos nascidos posteriormente. Essa é uma questão que deverá ser estudada por especialistas de hoje, 60 anos depois do surgimento da pílula; estamos observando as gerações que nasceram pós pílula e qual foi o resultado desse medicamento na sua sexualidade e também de seus descendentes. É uma pesquisa que, por razões óbvias, não interessa à indústria farmacêutica. 
           Estudos de Malinovski, de Margaret Mead e outros antropólogos mostram que diferenças de sexo são mais devidas aos hábitos sociais que à natureza. A mulher e o homem, quanto ao sexo, são aquilo que deles se exigiu socialmente. Virilidade e feminilidade são traços teoricamente impostos pela cultura. De forma que, também no relativo ao comportamento sexual, as reações humanas emergem de uma interação entre impulsos hereditários e hábitos estabelecidos pela sociedade. Mas é importante considerar a química dos sexos. 
            Não se pode dizer que haja impulsos sexuais naturais no recém-nascido. A criança tem conduta sexual  aprendida com influência da própria genética. O prazer encontrado na sucção do seio materno  difere do que chamamos de prazer sexual. A atração  de filho por mãe e de filha por pai é melhor explicada  como produto de reforços positivos da mãe ao filho e do pai à filha. O pai reforça mais negativamente o menino que a mãe. Temos que amar quem nos presenteia na infância com afeto e a odiar quem nos pune frequentemente durante as aprendizagem. São essas experiências que em boa parte respondem pelo amor dos filhos aos pais. 
            O desenvolvimento sexual na infância é bem diferenciado em cada cultura.
            Na cultura ocidental, aos 18 meses, crianças de ambos os sexos são afetuosas com a mãe.                Aos 2 anos de idades se distinguem homem de mulher pela roupa e cabelo, e órgãos genitais são nominados como "pipi".
             Aos 3 anos de idade, tanto o menino quanto a menina não querem ser confundidos quanto ao sexo; ambos tem interesse por bebês, querem um em casa e indaga de onde vem.  
           Aos 4 anos, quando sob tensão emocional, levam as mãos aos órgãos genitais e talvez deseje urinar, indaga de onde vem os bebês e aceita a simples explicação de que vem da barriga da mãe.
            Aos 5 anos diminui a manipulação dos órgãos sexuais. Deseja a presença de um novo bebê, e ainda não relaciona o tamanho da barriga da gestante com a vinda de um bebê. 
     Aos 6 anos acontece uma certa exibição. Alguns são submetidos a jogos sexuais por companheiros maiores. Podem surgir algumas confusões na distinção de machos e fêmeas. O menino passa a ter interesse por menina menor que ele. 
         Aos 7 anos diminui o interesse por sexo. Surgem os primeiros sinais de interesse pelo papel sexual do homem e da mulher. Nessa idade geralmente surge as primeiras relações amoroso entre menino e menina. Compreende que a mulher que engordou "espera um bebê". Nos mais inteligentes surge o interesse por livros sobre o desenvolvimento fetal. 
          Aos 8 anos as meninas são mais sensíveis que os meninos. Indagam sobre o papel do homem na procriação. O menino conclui que um dia casará com uma mulher apenas. Meninas perguntam sobre a menstruação. Nessa fase surge a separação dos sexos nos jogos: homens para cá, mulheres para lá. A criança quer informação  sobre o lugar exato que o feto ocupa no ventre materno. 
           Aos 9 anos surgem os primeiros interesses pormenorizados sobre os órgãos sexuais e suas funções. O menino não deseja ser visto  pela mãe, quando estiver nu, o mesmo ocorrendo com a menina em relação ao pai. Nessa faze costuma acontecer brincadeiras entre crianças  envolvendo noivado e casamento. Alguns pensam  que poderão ter uma semente de bebê dentro de si. Alguns acham que os bebês saem da barriga por uma operação para retirá-lo (cesariana).
           Por tudo isso é importante que os pais estejam sempre preparados para dar respostas às crianças nessa primeira faze da vida. Ela está descobrindo o mundo e tem interesse por tudo, mas ainda está na faze de pura inocência. Por essa razão é importante muito cuidado; nosso mundo está cada dia mais perigoso.  
Nicéas Romeo Zanchett 

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terça-feira, 9 de novembro de 2021

A VIDA SOCIAL NA ADOLESCÊNCIA

      



         Nas relações sociais entre os adolescentes e seus pais, lentamente a dependência social, econômica e psicológicas vai cedendo terreno aos desejos de desmame psicológico e independência. A luta pela independência é menos violenta no meio rural, cuja sociedade é menos complexa. No meio urbano a independência algumas vezes pode vir mais pelas contingências da vida do que por esforço dos jovens. Porém, normalmente essa busca de emancipação pode apresentar-se como uma tarefa tranquila,com os pais atribuindo certos direitos e os adolescentes  aceitando certos deveres; ou como uma pequena guerra,onde não raro os pais se mostram agressivos e tristes e os filhos tristes e agressivos. Os conflitos, os atritos diários, a hostilidade em nada melhoram os adolescentes, muito pelo contrário, são incentivos para suas atitudes de independência, muitas vezes erradas. Quando os pais são vistos como amigos e conselheiros, mesmo depois dos 20 anos eles continuam sendo procurados pelos filhos para opinarem sobre trabalho, estudos e constituição de um lar. 
             O desenvolvimento social do adolescente o faz comportar-se ora como criança, ora como adulto. Os pais aceitam mais as atitudes ainda infantis (dependência e medo) que as de adulto. Todavia, atenção e consideração dos pais fazem diminuir o negativismo.
               Os filhos de pessoas da classe operária tendem a se emancipar mais facilmente, pois os pais não os podem manter sob dependência por muito tempo. Desde cedo trabalham e se tornam independentes, mesmo as mocinhas, que se casam mais cedo em relação às filhas de profissionais liberais, funcionários públicos e pessoas ricas, 
            Muitas vezes os filhos de pessoas das classes média e superior economicamente se sentem inúteis por não trabalharem e por não saberem que "o estudo é um trabalho acumulado que dá frutos no momento exato". Fazer os filhos encararem o estudo como um sério trabalho e permitir autonomia é uma posição que um pais (ou mãe) pode assumir.
            A amizade inicia-se quando um adolescente começa a conversar com outro. Ele expressa seus pensamentos e sentimentos e sentimentos e ouve os do outro. Por isso se diz que as pessoas necessitam de amigos; as amizades fazem as pessoas manterem contatos constantes. Todos nós temos necessidade de nos comunicarmos, e escolhermos por amigos os que nos deixam falar e nos entendem. Isto é fácil de ser observado numa escola; os estudantes escolhem como seus professores preferidos os mais "abertos", mais flexíveis, embora, é claro, muitas outras qualidades mais importantes são exigidas para que alguém seja considerado um professor, ou educador.
             Entre os fatores responsáveis pelo estabelecimento das amizades, temos: a/morar perto; b/habilidades mentais semelhantes; c/ ir à escola; d/ estar na mesma classe escolar; e/ pertencer à mesma classe social; f/ similaridades em interesses recreativos; g/ mesma idade; h/ mesma religião; i/ mesma cor, ou etnia; j/ necessidade de ter um confidente; k/ necessidade de usar o amigo como meio de obter prestígio (quando o amigo é líder social, esportivo ou intelectual); l/ necessidade de usar o amigo como uma espécie de empregado na tarefa de obter sucesso no meio social (exercer poder); m/ similaridade na maior parte dos traços de personalidade.
             Entre os fatores responsáveis pelo rompimento de uma amizade, temos: a/ pressão dos pais; b/atritos entre vizinhos adultos, que acabam envolvendo os filhos; c/ separação feita na escola quando da constituição de classes; d/ os namoros, que levam os adolescentes a manterem menos contatos com os colegas; e/ arraigados sentimentos, que levam em certa idade os amigos a se separarem. 
              O número de amizades é maior com os do mesmo sexo. Só no fim da adolescência é que se estabelece um aumento de amizades com pessoas do sexo oposto. No meio rural as amizades são mais duradouras e o número de amigos que um adolescente tem é sempre menor, em relação a um jovem da cidade. 
               O grupo de amigos, de camaradagem, é constituído por adolescentes mais ou menos da mesma idade, que sentem, pensam e agem em conjunto, tendo sempre um líder. Esse grupo geralmente tem 5 elementos.
              Quando o grupo é constituído de maus elementos, crianças de lares desfeitos, pobres ou ricos, que não tiveram recursos materiais, ou tiveram em excesso, mas em ambos os casos crianças com certos tipos de frustração; quando o grupo é constituído de pessoas inseguras emocionalmente, ele geralmente é uma gang, uma pandilha (grupo de mal feitores). 
             À medida que os adolescentes do meio urbano vão atingindo os 18 anos, tendem a se agrupar em cliques, que são grupos menores, grupos que resultam em aceitar novos membros, em relação aos quais demonstram esnobismo. 
             Todos nós conhecemos muitos líderes adultos, e sabemos que há líderes de diferentes tipos. Temos pessoas  que se tornaram proeminentes por dotes pessoas e passaram a ser "cabeças" de grupos devido à sua grande capacidade intelectual e seus traços de caráter. Assim foram líderes Tolstoi, Albert Einstein, Freud, Rondon... Mas esses são tipos pouco frequentes. 
             Um outro tipo de líder é aquele que foi indicado para uma função de comando. Isto ocorre nas empresas até como norma de trabalho. E em alguns casos o papel de líder pode ser desempenhado por uma pessoa sem as reais qualidade exigidas na liderança.
             E há também o líder que emerge como resultado de uma dada situação social. 
              Os grupos de adolescentes revelam diferentes tipos de líderes, que alcançam essa posição em virtude de certos fatos sociais. Eles dificilmente são aceitos pelos grupos quando impostos, por exemplo, pelos administradores de escolas ou professores. O que é muito interessante nas escolas é a espontaneidade dos jovens para escolherem os seus comandantes. 
            Compreender o comportamento dos líderes é um trabalho indispensável porque eles comandam o "espetáculo" social numa escola. 
              Inúmeros estudos revelaram que muitos líderes possuíam boa parte dos seguintes traços: a/ Boa capacidade para manter relações sociais; b/ habilidade em analisar as intenções dos membros do grupo; c/ capacidade para se integrar; d/ estabilidade emocional; e/habilidade para desempenhar o papel de confidente; f/ identifica-se com as normas, valores e desejos  do grupo que lidera; g/ sabe expressar suas ideias, sentimentos e desejos; h/ é entusiasta; i/ sabe ajudar os companheiros; é auto-suficiente, prático e realista. 
               Pode-se distinguir facilmente um líder; é popular e está sempre cercado por moças e rapazes. Mas nem todo sujeito popular é líder, ou toda moça que aparece  em jornal tem e até TV tem traços de personalidade que lhe permitam permanecer em comando muito tempo. 
             Há diferentes tipos de líderes. Segundo Spaulding (1933) entre outros, temos: a/ Arrivista,  que adquiriu adeptos através do prestígio e que arregimenta e dirige com sabedoria seu grupo; b/ Intelectual, que se destacou numa atividade escrita ou debate; c/ Bom colega, o que deseja sempre estar com os outros e tem tendência para adquirir importantes posições na escola; d/ Grande atleta, o que adquiriu importância social por sucessos nos esportes; Esportivo, aquele interessado nos esportes, sem ser grande atleta, mas tem habilidade em dirigir socialmente os amigos, organizar festas, reuniões, etc. 
              Usando a técnica sociométrica de Moreno, Lippitt, lewin e white (publicado em The Social Climate of Children's Groups em 1943.) puderam organizar três tipos de grupos infantis e estudá-los profundamente. Os dados que obtiveram estimularam posteriormente experimentos com grupos  de adolescentes e trabalhadores, os quais confirmaram os resultados conseguidos anteriormente. Foram classificados os seguintes tipos: a/ tipo autoritário, que determina toda a política do grupo; as caminhadas era ditadas pela autoridade, trabalho individual designado pelo líder que fazia elogios e críticas negativas pessoalmente. b/ tipo laissez faire, completa liberdade (ou licenciosidade) para decisões grupais e individuais, com o mínimo de participação do líder; omissão nas discussões, na avaliação ou controle dos eventos. c/ tipo democrático, onde todos participam da discussão e decisão, encorajados e assistidos pelo líder; este. quando necessário, sugeria dois ou mais procedimentos alternativos, visando o objetivo; ele era ponderado em suas críticas e mostrava-se um menino regular do grupo. 
           Os resultados, em resumo, foram estes: a/ Grupo autoritário, onde os membros eram agressivos e muitos dependiam totalmente do líder; quando este não se encontrava presente, o trabalho rendia menos. b/ Grupo laissez-faire, que gerava um trabalho com poucos progressos, desordenado, muita animação e baixa produtividade; discussões e conversas sobre questões pessoais;falta de consciência de objetivos comuns. c/ Grupo democrático, com relações sociais amigáveis, onde o líder e os demais membros mantinham contatos espontâneos e cordiais; o trabalho ia adiante mesmo estando ausente o coordenador;  o grupo mostrou-se o menos agressivo, o mais animado e saudável.
                As causas dos desajustamentos dos jovens são devidos a várias coisas e quase nunca a apenas uma. Alguns motivos estão ligados ao ambiente; outros à personalidade da moça ou rapaz. Conflitos, frustrações e falta de boa orientação, quando da satisfação das necessidades na infância, podem causar posteriormente dificuldades ao ser humano, que não consegue por si só, na adolescência, superar as dificuldades sociais que toda pessoa encontra. 
              Para alcançar um bom desenvolvimento social, o jovem precisa: a/ Conhecimento e habilidades, como boas maneiras, habilidade para conversar, tato social e muitos interesses em comum com outros. b/Atitudes favoráveis em relação aos outros, como gostar deles e apreciar seus verdadeiros valores, sendo amigo afável e generoso. c/ Segurança e independência, que o tornam seguro e capaz de participar de grupos sem ser totalmente dependente dos outros quanto à atenção, afeição e assistência. d/ Senso de responsabilidade, que pode ser visto no cumprimento das obrigações para com os outros. e/ Participar de clubes, agremiações que ajudam a apreciar os valores do planejamento, e ação do grupo e o encorajam a contribuir da melhor forma possível com consciência dos direitos dos outros. f/ Ajustamento aos companheiros, como o visto na execução de sua parte de um trabalho grupal, com prazer e apreciando os esforços dos colegas. g/ Atitude em relação aos vizinhos que demonstre amizade, consideração e ajuda. h/ Atitude em relação à comunidade, como a refletida no interesse pelos conterrâneos e na sua complacência ao aceitar responsabilidades. i/ Atitudes em relação aos fatos do mundo, que aparece no interesse pelo bem-estar das pessoas, na forma de enfrentar os problemas do mundo com reflexão, inteligência e sem preconceitos, e na boa vontade para se sacrificar em vista do bem de um número maior de pessoas. 
             Formas de comportamento de jovens (indivíduos) bem ajustados - listados por Lawton: A pessoa bem ajustada é capaz e deseja assumir responsabilidades próprias de sua idade. b/ Participa com prazer de experiências pertencentes a cada nível sucessivo de idade. Ela não se apega às de um período anterior, nem antecipa aquelas de um período posterior. c/ Aceita com boa vontade as experiências e as responsabilidades inerentes a seu papel ou posição na vida, mesmo que possa discordar do papel ou posição. d/ Enfrenta os problemas que requerem solução; não procura meios de evadir-se. e/ Gosta de atacar e eliminar obstáculos a seu desenvolvimento e felicidade, depois de ter-se convencido de que eles são barreiras reais, não imaginárias. f/ Pode tomar decisões com um mínimo de preocupação, conflito, aconselhamento e outras formas de fuga ao problema. g/ Age segundo sua escolha até que surjam novos fatores de importância vital a mudarem o aspecto da questão. h/ Sente-se realizada e satisfeita com experiências da vida real e não imaginárias. i/ O pensamento da pessoa bem ajustada é uma preparação para a ação, não um instrumento para retardar ou escapar à ação. j/ A pessoa bem ajustada aprende com suas derrotas ao invés de encontrar desculpas para elas. l/ Não se vangloria de seus êxitos nem estende seus efeitos a outras áreas. m/Sabe trabalhar quando está trabalhando, e como jogar , quando jogando. n/ Sabe dizer "não" a situações que depois de certo período vão contra seus melhores interesses, mesmo que possam proporcionar satisfações temporárias. o/ Sabe dizer "sim" a situações que a ajudarão no futuro, embora sejam momentaneamente desagradáveis. p/ Sabe mostrar sua ira diretamente quando ofendida e agir em defesa de seus direitos, com indignação e ação que são apropriadas em espécie e proporção à ofensa. q/ Demonstra afeição diretamente e dá mostrar dela em atos apropriados. r/ Pode suportar a dor e a frustração emocional sempre que não estiver em seu poder alterar a causa. s/ Tem seus hábitos e atitudes mentais tão bem organizados que ela pode rapidamente estabelecer  conciliações necessárias conforme as dificuldades que encontra. t/ Pode concentrar suas energias e dirigi-las em direção a um objetivo que ela se determinou alcançar. u/ A pessoa bem ajustada não tenta alterar o fato de que a vida é uma constante luta. Ao contrário, ela sabe que a pessoa que menos luta consigo própria terá maiores forças e melhor discernimento para a batalha exterior."
               A adolescência é um período difícil para o ser humano em nossa cultura, particularmente nos grandes centros industriais e comerciais. Ela é um período muito curto para deixarmos de ser criança e assumirmos encargos de adulto. Socialmente temos que aprender muito nessa etapa da vida. E aprendemos errado. Infelizmente, muitas vezes erramos demais. O conhecimento das necessidades, interesses e problemas comuns aos jovens, sem dúvida alguma deixa os pais e os professores melhor preparados para ajudar os adolescentes a verem quais os meios de que dispõem para se conhecerem e utilizarem eficientemente suas energias em benefício próprio e também em favor dos outros. 

Nicéas Romeo Zanchett 

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segunda-feira, 8 de novembro de 2021

A VIDA AFETIVA NA ADOLESCÊNCIA

 



           Até por volta dos sete anos de idade, a família é que controla as reações da criança e a leva a ter reações condizentes com as situações em que se encontra. Depois dessa idade, o grupo de amigos, que geralmente se forma na escola, são responsáveis por algumas típicas reações do jovem. A maturidade é alcançada em boa parte entre os amigos do grupo chamado análogo. 
           A tranquilidade do lar confere ao adolescente segurança e alegria. É preciso compreender que ele somente atinge a maturidade por volta dos 18 anos e se esforça por alcançá-la, procurando frear suas explosões temperamentais. Neste contexto é evidente as diferenças entre jovens nascidos na classe chamada de baixa renda e os de famílias mais privilegiadas econômica e culturalmente. A isso se junta o fato de que nas famílias de maior renda e, consequentemente mais privilegiadas culturalmente, são formadas por um número bem menor de nascimento. 
             As meninas são obrigadas a reprimir mais suas reações afetivas que os meninos. A mulher revela maior afeição pelos pais e essa afeição se dirige depois a uma amiga ou a ídolos do cinema e da televisão, das ciências e das letras. Os pais agressivos e prepotentes, comuns na sociedade patriarcal, prejudicam o normal desenvolvimento  da jovem. Geralmente na adolescência existe uma supersensibilidade e também uma instabilidade que só desaparece por volta dos 16 anos. Há arroubos afetivos transitórios, entusiasmos fáceis e cambiantes; também se observa um certo sentimento de vergonha no início da adolescência, pelas transformações físicas que ocorrem. Fantasias, sonhos e desejo de independência afetiva são características normais nesta etapa da vida. Ao final do 16º ano a jovem já está emocionalmente amadurecida. 
           As principais causas da ansiedade das adolescentes são variadas. Pode ser adaptação à vida escolar, com provas, atritos com colegas e professores, desejo de ser bem conceituado pelos colegas. A vida com amigos, que fazem críticas, têm hábitos diferentes, magoam e são magoados, são mais pobres ou mais ricos e outros menos evidentes.Também podem acontecer atritos e discussões com os pais e irmãos; falta de interesse dos familiares por seus problemas, e isso gera dissabores no lar.
           Quando surge o momento da opção vocacional o adolescente geralmente não é bem orientado e os familiares tentam atuar sobre seus desejos. Também a opção religiosa gera dúvidas, discussões e reflexões constantes. Há conflitos com os pais e familiares, que resultam em ansiedade duradoura. 
          A preocupação dos pais com os problemas gerados por mudanças fisiológicas, bem como a fadiga diária com trabalhos excessivos dos músculos, cria mal-estar. 
           Sentimentos de inferioridade, depressão, descontentamento com a escola, preocupação com a roupa, trajar-se como os colegas, dificuldades de acompanhar a moda, timidez, medos específicos de várias espécies, casos amorosos, conhecimento inadequado sobre questões sexuais podem ter sérias consequências na futura vida de adulto.

Nicéas Romeo Zanchett 

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